quarta-feira, 23 de maio de 2012

Tô vendendo pelo preço que comprei...

Guaxupé é daquelas cidades que se ninguém tivesse ido embora dela seria a maior cidade do mundo. E é muito engraçado. Em qualquer lugar que a gente vá, ou encontra alguém daqui, ou o amigo do amigo, ou do primo, ou do conhecido... e por aí vai. E sempre tem uma história para contar. 
Certo dia, estava com uns amigos no La Villete da Praça Vilaboim e, claro, o assunto era Guaxupé. Na mesa ao lado, um senhor nos observava e algum tempo depois, se aproximou  dizendo - Vou me sentar com vocês, pois estou ouvindo sua conversa e rindo sozinho. Esta cidade deve ser o máximo e ouvi uma história de um conterrâneo de vocês que talvez não saibam. Eu não me lembro mais do nome do sujeito, mas vou contar assim mesmo.   
Lá em Guaxupé não tinha um instrutor do Aeroclube chamado Bié Baisi? Então... 
Certa manhã, o Bié chegou nos bambolês da avenida e estavam por ali os de sempre. Ele perguntou quem poderia ir com ele até São Paulo naquela horinha, pois tinha que levar uma encomenda urgente no Campo de Marte. Mais do que depressa, um dos amigos, prestativamente, disse: - Que que isso Bié? Você pediu, tá mandado! Pedido seu é ordem, companheiro! Um outro, foi logo emendando: - Eu levo vocês no Aeroporto! O outro:
- Melhor levar uma matula, gente. Pode demorar! Nunca se sabe. E o Bié, morto de pressa, foi logo entrando no carro e empurrando o companheiro da viagem. 
Chegando no Aeroporto, o sujeito ficou meio cismado com o tamanho do avião: - Bié, esse trem num é pequeno demais? Oiá lá, hein? Num é que tenho medo, mas tô achando ele um pouco fraquinho. O Bié ficou tiririca da vida, mas deixou passar. 
Quando chegaram em São Paulo, o amigo ficou encantado com o que via: - Bié de Deus, que coisa mais linda! Oiá, que beleza... Que cidadão! Guaxupé é uma formiga perto de São Paulo. A gente perde facinho aqui, hein Bié? Nossa Senhora, que que isso?
De repente, troc.. troc... troc ... o motor do avião começou a fazer um barulho estranho. E dar uma falhadas. - Bié de Deus! O que está acontecendo? Esse avião vai cair.
- É. Pelo jeito vai! 
- Eu não quero morrer!
- O jeito é você pular. Pega este paraquedas aí e pula rápido. Com o avião mais leve, eu consigo fazer um  pouso de emergência e a gente se salva.
E o nosso amigo do bar da Vilaboim neste exato momento incorporou de vez o personagem da história:
 - Olha, rapaz, eu mais do que depressa, vesti o paraquedas e saltei. Tinha uma fiozera no meio de tanto poste, aquele mundo de prédio, fui puxando as cordinhas do paraquedas pra cá, puxando pra lá, escolhendo onde cair. Se eu caísse no meio dos fios, já era!   Em cima dos prédios, ia me esborrachar. Então, eu vi um lugar mais descampado, de terra batida e fui puxando as cordinhas para lá e deu certo. Fui caindo de levinho no meio de um quintalzão, do lado de uma laranjeira carregadinha. Minha boca tava sequinha por causa do vento. Tirei o canivete do bolso e quando comecei a descascar uma laranja, apareceu uma mulher na porta da cozinha da casa. Vocês não vão acreditar! Eu espremi os olhos para enxergar direito por causa do sol e quase caí para trás de susto: - Uai! Tá parecendo a Lurde, minha irmã!
Ela também assustou demais quando me viu e quando o susto passou, falou assim:
- Que surpresa boa, irmão. Vem almoçar que o almoço está na mesa! 


Tô vendendo pelo preço que comprei...

Um comentário:

  1. Hahahahahahahahahaha!!!!!!!!! "Corri di ri..." Meu irmão fala que guaxupeano e formiga cabeçuda a gente encontra em qualqur lugar!!!!!Só que as formigas não rendem tantas histórias, né!!! Beijão...

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