quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

HISTÓRIA DA MELANCIA

Este calorão danado me irrita muito! As características de uma descendente de italianos vem à tona em tudo. Fico vermelha que nem um pimentão, suando em bica, bate uma vontade de fazer nada e me tirar de casa torna-se uma verdadeira batalha. 
No entanto, as saídas às vezes são inevitáveis. 
Estava eu em São Paulo, num dia destes em que o termômetro da rua marcava mais de 36º . A minha volta para Guaxupé estava marcada para o dia seguinte. Aí, eu me lembrei que havia prometido trazer uma encomenda para uma pessoa muito querida. Era impossível não cumprir a promessa! O jeito foi enfrentar o calorão e a 25 de março!!! 
Já cheguei no destino esbaforida! E como já estava lá e não sou de ferro, resolvi ver mais umas coisinhas. Anda pra lá, anda pra cá ... foi subindo uma quentura que nem dá para explicar. Era o calor do inferno! 
Tomei água, sorvete, comprei um leque e nada! Pensei: eu vou morrer de calor!!! Sentia o rosto pegando fogo e o suor escorrendo por todo lado. 
No meio daquele mar de gente da 25, uma moradora de rua escolheu um cantinho onde havia uma sombra. Ali estava bem fresquinho. Quando passei por ela, me puxou pela roupa: "...anda mais devagar. Descansa aqui um pouquinho. Olha que sombra gostosa." Eu estava tão encalorada que parei. Enquanto falava, ela foi enfiando a mão num saco preto, destes de lixo. Tirou de lá um pedaço de melancia, meio comido. "Toma. Come. Melancia refresca."  Fiquei sem saber o que fazer!!! Eu não podia virar as costas àquele gesto de generosidade. Apressadamente, peguei o pedaço de melancia, agradeci e quase corri.  

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