sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

EU JURO QUE É VERDADE

Eu morro de amores pelos meus cachorros. Tenho quatro. Popó é um rottweiler lindo, o protetor da casa que assusta meio mundo pelo tamanho e pelos dentões enormes. Juba é um cocker spaniel inglês, estabanado e carente como ele só. Chicó é um pequinês do Paraguai, já que sua raça é japanese chin e eu sempre achei que fosse pequinês. E Teteia é uma cadelinha das mais amorosas que tive, esperta e brincalhona, não desgruda de mim um minuto e é pequinês de verdade.
Mas, a história que vou contar aconteceu com o Chicó que é o que mais gosta de passear. Fui outro dia, naquela padaria da Avenida Dona Floriana. Amarrei o cãozinho numa gradinha da entrada. Numa das mesas da calçada, estava sentado um moço com cara de quem já tinha tomado muitas...  Muito solícito, me disse: " Eu tomo conta do cachorro pra senhora. Pode demorar." 
Quando entrei e vi o tamanho da fila, entendi o "pode demorar". Logo, ouvi o seguinte diálogo: 
- Que bicho que é esse? 
- Num tá vendo? Cachorro...
- Velá!!! Isso num é cachorro não! 
- Claro que é! Óia direito...
- Num é não. Óia que zóio esbugaiado. Cachorro num tem esses zóio não!
- Fala assim não. A muié escuta e vai ficá aburricida. 
- Uai. Tem os zóio esbugaiaido memo. E os dente arreganhado tamém. 
- Num é arreganhado nada! É só meio pra fora.
- Deus me livre! Esse bicho é feio demais. 
- Eu já te falei. Não é bicho  não. É cachorro memo. A hora que a muié vortá cê pergunta pra ela.   
- Vou perguntá memo.
Nestas alturas do campeonato, a fila inteira estava curiosíssima tentando enxergar o Chicó e eu mais curiosa ainda para ver quem estava achando o meu pequeno tão feio assim!   
Saí da padaria e quando desamarrava a coleira do Chicó, veio a pergunta: 
- Que bicho que é esse?
- Cachorro.
- Num te falei que era cachorro?
- Onde que a sinhora arrumou ele?
- Eu comprei! 
- Deus me livre! Cumo que tem gente boba neste mundo. Já que ia comprá, porque que num comprô um bunito. Tinha que comprá o mais feio da loja? Cruiz credo!!! 
Eu adoro esta história e cada vez que a conto, morro de rir. E fico pensando na simplicidade e sinceridade da pessoa que achou o Chicozinho tão feio. Ele não é! 

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