domingo, 14 de outubro de 2012

FESTA DE BARRAQUINHA

Ontem, eu passava ali pelo Carloni e vi que tinha uma Festa de Barraca. Não era uma festa de barraquinha como a que havia ali na pracinha da Aparecida, quando eu era pequena. A gente esperava muito por ela. Mamãe costurava que era uma beleza e nesta época ganhava um dinheirão, porque todo mundo queria uma roupa nova. Eu ficava radiante com a minha, embora, às vezes, o organdi suiço pinicasse além da conta! Por ser muito perto da nossa casa, eu ficava sentada no degrau do alpendre vendo o sobe e desce das pessoas e me distraia muito com aquilo. A praça ficava apinhada de gente todos os dias, mas aos finais de semana era uma loucura. Estou sentindo o cheiro e o gosto do quibe frito e do pastel (nunca mais comi nenhum igual...). As barraquinhas eram enfeitadas com arcos de bambu e flores de papel ou de São João, aquelas cor de abóbora, e lanternas de papel. Tinha um jogo com uma roda de bicicleta, um de bolinhas de ping-pong que corriam, os coelhinhos que escondiam nas casinhas, a pescaria... mas, o que eu mais gostava era o dia do desfile das bonecas, onde as meninas desfilavam com as bonecas vestidas iguais a elas. Ai... como eu me encantava com aquilo. Até o cabelo tinha que ser igual! Quem organizava os desfiles acho que era a querida Rosa Marques. Só sei que todo ano a mamãe vestia uma menina e uma boneca e o meu encantamento com aquilo se repetia e durou muito.
Eu cresci, o encantamento acabou, não tinha mais festa de barraquinha na praça da Aparecida, mas tinha a Feira da Bondade lá na Avenida. Que maravilha! Saudades da D. Geralda Russo, sua grande idealizadora.   Saudades dos tempos do Lions Clube que sempre colaborou com os trabalhos da Apae. Era muito bom... A gente trabalhava muito, mas se divertia muito também. Estava ali para o que desse e viesse, sem se lembrar que no dia seguinte todo mundo tinha que estar no batente. As obrigações não paravam! Durante muitos anos o Lions foi responsável pela Barraca do Bar e nós éramos cuidadosas por demais com os detalhes de seu funcionamento, tudo combinadinho, das toalhas aos guardanapos até às florzinhas da decoração. E novamente, o cheiro do quibe frito e do pastel do Miguel Smargiassi, nosso incansável companheiro de cozinha, invade a minha memória...
São coisas que ficaram para trás, mas que trazem boas lembranças e boas lembranças renovam a nossa alma.
Renovada. É assim que me sinto cada vez que reviro o baú de memórias e encontro tantas coisas boas  que povoaram a minha vida. 
Eu sou feliz! E dou graças, todos os dias, por isto.
Bom domingo a todos. Está um dia lindo!!!
  

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