quinta-feira, 12 de julho de 2012

Os 100 anos de Guaxupé

Eu não queria escrever sobre isto, pois não sei o que a emoção vai fazer comigo. Mas, como fugir? Como deixar passar em branco uma data que tem um significado enorme para todo e qualquer guaxupeano. Não são sete da manhã do dia de seu aniversário, minha querida Guaxupé. O dia está lindo como você merece. E um ar de festa está por aí para comemorar os seus 100 anos.
Inevitável voltar ao passado. A meninice na Rua Aparecida e vem à cabeça, de pronto, o armazém do Vô Sô Chico (até hoje não sei por que chamávamos meu avô de senhor) onde cada vez que lá entrava era assim: - Bença, vô. Me dá côco... E, ele, com sua calça cáqui e um cinturão de dar medo, calmamente, rasgava um pedaço de papel e punha o côco ralado, tirado de um dos muitos tonéis onde armazenava o arroz, o feijão, o açúcar... Tudo simples, sem nenhuma discussão interminável  e indecifrável sobre sacolinhas ou afins...
O armázém de café do Sr. Rafael, a lojinha do Sr. Habib, a sapataria do Sr. Abrão, a farmácia do Sr. Bebé...
Fui crescendo e firmando uma história com a minha Rua Aparecida: as festas de Nossa Senhora na pracinha da Santa Casa, o ensaio dos Falcões, o Bar do Zoião, a sede da Uges, o Francischetti, as reuniões do Mojuca, os bailinhos na casa de um e de outro. Nossa rua era agora o ponto de reunião dos jovens da cidade.
Quando casei, mudei da Rua da Aparecida, mas ela continua sendo a minha rua. Ali tenho minha família e  muitos dos meus amigos queridos. Eu sinto que nunca saí dali...
Minha Guaxupé cresceu, mas nunca perdeu seus ares de menina. É assim que a vejo. Sempre querendo mais, sempre descobrindo novas coisas.
Sempre foi e continua sendo uma cidade muito acolhedora. Uma pena, que sem sempre quem chega aqui entenda o que realmente significa ser guaxupeano.
Ser guaxupeano é amar verdadeiramente esta terra e querer sempre o melhor para ela. É valorizar as pessoas e o que a nossa cidade tem. É ter saudades das figuras folclóricas e das histórias que só nós sabemos contar e entender. É sentar ali na avenida e ver a vida passar. É tomar café no clube, ir no Galo de Ouro e no Barbaridade (isso já é mais moderno!) e jogar conversa fora. Ser guaxupeano é defender esta terra com unhas e dentes, é valorizar cada pedacinho da cidade e cuidar dela como se ela fosse só sua. É acreditar na Esportiva, é valorizar o Teatro e outras artes, é amar a Rádio Clube como patrimônio nosso, é se orgulhar de ter a Catedral sempre linda e majestosa a nos abençoar. É ter orgulho da Festa das Orquídeas, da Expoagro, das festas de barraquinha, da Procissão dos Cavaleiros... É encher o peito e dizer, com todas as letras, que a Educação de Guaxupé é destaque nacional. É poder dizer que temos a maior Cooperativa de Café do mundo, que nosso comércio ainda atrai muita gente (já foi muito melhor!), que temos a Exportadora Guaxupé e a TV Sul e uma indústria calçadista a todo vapor. É ter pesar porque o nosso Carnaval já não é mais o mesmo, ter pesar porque neste Centenário muita gente que viu esta cidade nascer não foi lembrado. Ser guaxupeano é poder dar pitaco para abrir os olhos de quem precisa ver. Ser guaxupeano é amar esta cidade e ser amado por ela. Guaxupé está em todo lugar e no coração de muita gente. Sou guaxupeana e tenho muito orgulho disto!


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