quarta-feira, 25 de abril de 2012

SOU ANTIGA DEMAIS...

Sou antiga demais...


Outro dia, assistia ao programa da Ana Maria Braga e uma matéria me chamou a atenção: palavras que estão em desuso. Ai... ai... ai... Constatei, com um misto de espanto e graça, que uso muuuuiiiiiitas delas. E aí para o baú da memória dar uma revirada, foi um pulo. Voltei aos tempos do Colégio Imaculada Conceição (ô tempo bom), quando vivi uma época muito divertida da minha vida. Tínhamos uma turma que era o ó do borogodó, unidas, alunas supimpas e mantínhamos nossa amizade também fora do Colégio. Todos os dias, a mesma rotina: aulas pela manhã, à tarde, estudos na casa de uma de nós e nos finais de semana, uma passeadinha que ninguém é de ferro, né?  Era bom pra dedéu ou pra mais de metro...
Acreditem se quiser, ainda existia o footing e lá ficavámos nós, de braços dados, dando infinitas voltas no passeio do  jardim de cima (o do coreto), paquerando os boys que a gente achava uns pães. No jardim de baixo ( o dos bambolês) não podíamos ir e não íamos e pronto. Sem saber bem o por quê. 
A moda era bem diferente. As crianças usavam travessinha e ramona, vestidos de organdi suiço, sainhas balonês ou plissadas, dependendo da ocasião. Os homens usavam calças boca de sino, saltos carrapetas, camisas com babados ou então de cores muito fortes. Ainda bem que não usavam nem capanga nem pochete para completar o figurino. Fico imaginando os nossos amigos de ontem usando estas roupas hoje! Para as mulheres, foi a época do sobe e desce das saias, dos jeans Fiorucci, Staroup e UStop, das meias de lurex, das maquiagens de florzinhas e corações no rosto e a gente se achava o fino da bossa! Quem não andava na moda era considerado capiúdo, coisa de povo carçudo, bocó... Pulha e calhorda não, que estes eram adjetivos só usados por gente muito importante para qualificar os mocinhos com quem a gente não podia nem dar o arzinho da graça quanto mais conversar. E muitas vezes, vinham as clássicas perguntas de nossos pais quando nos viam falando com alguém que não conheciam: quem é este? filho de quem? ele mexe com quê?  
Às vezes, as pessoas querem me pôr mais antiga ainda e perguntam: você lembra, Meíta, dos bailes da Associação? Eu juro: não sou deste tempo. Vou fazer 60 em junho. Se fosse não me importaria em dizer, pois sei que os brotos daquela época eram garbosos, verdadeiros pés de valsa, que lambrecavam o cabelo de brilhantina Glostora e iam para flertar com as meninas. Era tudo magiclick! 
Claro que, como hoje, havia os estrupícios que iam apenas para azucrinar quem estava ali para se divertir. Diziam que era dose pra leão aguentar aquele furdunço que se formava quando estes paspalhos resolviam armar a traquinagem. Uma fuzarca... Um verdadeiro jacá de gatos! Só enfiando o pé na jaca, mesmo!
Ah gente, pior era quando armava o maior toró! Certeza que ia acabar a força. E aí virava uma balbúrdia. Deus do céu! Melhor eu parar por aqui. Se não a conversa espicha demais, fico aqui falando abobrinha e não há tatu que aguente. 
Beijins, hoje com sabor de docidiabrobacumcocu.


2 comentários:

  1. Que delícia! Revirar este baú da memória só vai sair coisa boa!

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  2. Parabéns, Meíta! As suas memórias me traz belas recordações, pois vivemos um mesmo tempo, num mesmo lugar. Abraços.

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